João Lopes

A propósito da minha postagem Tento na Língua, tento na bola, tento na pantalha! (31/05/08), apetece-me falar aqui de João Lopes. Se o meu blogue tem a ver com a nossa língua, ele honra-a sobremaneira! Não só no seu perfeito domínio e uso exemplar. E não só na sua área mais conhecida, como crítico, bom crítico, fiável crítico de cinema. Também em outras áreas do conhecimento. Por exemplo, na abordagem de aspectos sociológicos, para não falar noutros por agora. Gostaria eu de ser o autor da sua crónica “Futebol à francesa” na coluna ‘Teletextos’ da revista NOTÍCIAS TV (DN de 30/5/08, p. 78). Ninguém deixe de a ler integralmente. É urgente ler estas crónicas, de resistência à pasmaceira universal em que insistem impregnar-nos!… É urgente ler esta crónica. Só uma amostrinha, com a devida vénia:

“Lembro três factos muito básicos: primeiro, não assisti a um único telejornal [na TV francesa] que abrisse com notícias sobre a selecção francesa nem que lhe dedicasse dezenas de minutos (a preparação da equipa era habitual tema de destaque no espaço do desporto, com reportagens de dois ou três minutos); segundo, desde o entertainment aos programas de debate, nunca encontrei o futebol como tema dominante (deparei mesmo com emissões de uma hora de duração em que se discutia essa coisa perigosíssima e pouco recomendável que são… os livros!); enfim, não vi nenhum político ou comentador tecer considerações “patrióticas” a pretexto da selecção de futebol (muito menos alguém a sugerir que a agenda interna do seu partido devia ter em conta o calendário do Euro.”

A citação vem a jeito para provar que não estou assim tão isolado na minha indignação antipatrioteira, quando, entre nós, de futebol se trata!… Mesmo que se trate do ‘Euro’!…

Um pensamento sobre “João Lopes

  1. João Lopes é uma das raríssimas vozes lúcidas e coerentes no meio do sensacionalismo retrógrado que domina o jornalismo feito em Portugal. Li durante anos os seus textos no DN sobre cinema e imagens e ainda continuo a ler os seus textos online, sempre excelentes, através do blogue Sound+Vision. Em cinema, parece-me dos poucos a emitir uma opinião própria, culta e, acima de tudo, isenta.

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