“O Ensino do Português” de Carmo Vieira

Tive há dias a boa surpresa de, à entrada do Pingo Doce, ali mesmo por trás da minha casa, deparar com o livro O Ensino do Português, da minha querida amiga e colega Dra. Maria do Carmo Vieira. N.º 1 da colecção “Ensaios da Fundação” (Fundação Francisco Manuel dos Santos). No capítulo II, pág. 34, sou honrado com a nota de rodapé n.º 35, que refere “a título de exemplo”…, os meus artigos em O Correio de Pombal sobre a famigerada TLEBS; e também este meu blogue, bem como o meu livro Tento na Língua!… – Gralhas que por aí grasnam, Erros que por aí grassam. Colegas no 8.º Grupo, eu do A, ela do B, muito aprendi com ela, apesar de mais velho. E continuo a aprender, e também a lutar, militantemente, pela nossa Língua – a Língua de Camões – e contra o “defunto Acordo”, no dizer de Vasco Graça Moura em crónica recente no DN.

“Em O Ensino do Português salienta-se a existência de uma certa pedagogia encarada como inovadora, mas que, na verdade, se baseia na aplicação de teorias da educação. Instalada oficialmente no Ensino, desde 2003, reflectiu-se nos curricula, fomentando de forma leviana a rivalidade entre “velho” (o que não é bem-vindo e não tem carácter lúdico) e “novo” ( o que é privilegiado por ser recreativo, com a consequente alteração de vocabulário e de valores que caracterizam a “mudança” instituída e a validam acriticamente como certa. Assim, exigência, força de vontade, desejo de ultrapassar a dificuldade, de compreender e de saber foram substituídos em bloco pela convivência  com a facilidade e o sucesso garantido, mais não visando que a obtenção de metas estatísticas. Esta situação atingiu todas as matérias escolares, em particular a disciplina de Português, na qual se privilegiam insensatamente o texto informativo e o texto utilitário, bem como a linguística descritiva e tecnicista, em detrimento da literatura e da gramática normativa, respectivamente.

Não podem os professores, em cuja competência os alunos depositam confiança, permitir que o Ensino continue refém dos ditames de “especialistas “da educação, cujas teorias conduziram, na prática, à degradação da Escola Pública.” (Da contracapa)

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