Mensagem aos dirigentes do SPGL e da FENPROF e aos directores (ou “diretores”?) das suas revistas

“Sindicalizado MAIS FORTE” (realçado da capa da revista do SPGL ESCOLA|Informação, nº 251, março [sic] 2012

“Documento do governo / Aplicação à administração pública do acordo para o setor [sic] privado” (título na revista JF, da FENPROF, nº 258, março [sic] 2012, página 8.

Para ser “sindicalizado mais forte” (slogan da capa da revista do SPGL), só vejo um caminho a seguir. Não me des-sindicalizar, não! Mas sim, continuando sindicalizado, suspender a assinatura das revistas acima citadas, pela razão de, sem o voto dos sócios (que ninguém pediu), terem as duas adoptado (ou adotado?) essa “coisa obscena chamada Acordo Ortográfico” (VGM). E porquê? Porque eu acho que os responsáveis de sindicatos de professores, em Portugal, não tinham (não têm) o direito de, sem consultar os sócios, ortografarem (melhor: heterografarem!…) as suas/nossas revistas naquele esquisito português que estão a querer impor aos falantes de Portugal. (Esperem, esperem! Eu gosto de ouvir os brasileiros falar o brasileiro. Eu acho que o brasileiro é, depois do italiano, a mais cantante das línguas novilatinas. Mas a língua “adotada” nas revistas, nem é português nem é brasileiro, meus caros…).

Olhem, por exemplo, para o problema das consoantes mudas, que é certamente um dos aspectos mais graves da questão, e que já foi objecto de uma postagem neste blogue. Mas temos já aqui, na citação supra da FENPROF, um patusco exemplo: “setor privado”. (Confrontar, então, a tal postagem sobre as “mudas”).

Vejam vocês bem esta coisa. Fiz um dia, a mim próprio, o juramento de suspender todas as assinaturas, de jornais e revistas que “adotassem” o AO. O primeiro foi o Jornal de Letras, mesmo antes, bem longe disso, de esgotar a assinatura paga. Depois foi o Diário de Notícias, que deixei de comprar todos os dias. Hoje, só mantenho duas assinaturas, dois jornais, que, como eu, teimosamente insistem em não “adotar” o Acordo: O Amigo do Povo, do meu amigo padre Ventura Pinho, e o Avante!. Olhem bem para estes dois exemplos. Para o processo, inevitável, da “reconquista”, estarão, assim, evitando a trabalheira e os custos da inevitável revertência…

E, voltando agora às revistas do meu sindicato, só queria ainda receber o próximo número, se tiverem a coragem de nelas publicarem esta mensagem (com a ortografia por mim usada, sem qualquer tradução). Depois, suspendam a minha assinatura delas até voltarem a ortografá-las em português, lídimo, não em brasileiro (com todo o respeito atrás sugerido!).

Um abraço do sócio n.º 037094, assim se considerando “sindicalizado mais forte”,

António Marques

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